Infecções que acontecem durante internações hospitalares, chamadas de IRAS (Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde), ainda representam um grande desafio para o sistema de saúde — especialmente quando falamos de crianças internadas em UTIs.
Um levantamento recente realizado em uma UTI Pediátrica de referência em infectologia no Amazonas mostrou dados preocupantes, mas também importantes para pensarmos em soluções.
📊 O que os dados revelam?
Entre janeiro de 2019 e dezembro de 2023, foram notificadas 64 infecções em 54 crianças. Ou seja, algumas crianças apresentaram mais de uma infecção durante a internação.
As infecções mais frequentes foram:
- Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM) – representou 57,8% dos casos
- Infecção Primária da Corrente Sanguínea (IPCS) – muitas vezes ligada ao uso de cateter
- Infecção do Trato Urinário (ITU) – menos frequente, mas ainda presente
👶 Quem são essas crianças?
- A maioria (69,3%) vinha de outras UTIs de diferentes hospitais
- 50% tinham entre 1 e 5 anos de idade
- Algumas apresentaram crescimento de microrganismos mais resistentes, como Burkholderia cepacia e Acinetobacter baumannii
📈 Tendência preocupante
Nos anos de 2020 a 2022, os casos de PAVM aumentaram em 16,4%, chegando a 85,7% das IRAS.
De 2021 a 2023, os casos de IPCS saltaram de 0% para 47,8%.
Esses números mostram que, apesar dos esforços, o controle das IRAS ainda é um desafio constante, especialmente em ambientes de terapia intensiva infantil.
🧼 O que pode ser feito?
Prevenir infecções é possível! Algumas ações essenciais incluem:
- Higiene rigorosa das mãos por toda a equipe
- Uso racional de antibióticos, evitando resistência
- Limpeza e desinfecção adequadas de equipamentos e superfícies
- Protocolos de precaução e isolamento, especialmente em casos de infecções confirmadas
- Capacitação contínua das equipes de saúde
Cuidar da saúde infantil também é proteger contra infecções evitáveis durante internações. Com informação, vigilância e protocolos bem aplicados, é possível oferecer um ambiente mais seguro para as crianças em tratamento.